terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pedras no Sapato

Recentemente arrancou em Montemor o projecto “Montemor Pedra a Pedra” que visa a reabilitação da zona história da nossa cidade. É inegável que o centro histórico e a cidade necessitam de ser preservados e conservados, é a casa de todos nós e gostaríamos de a ver arranjada, limpa e bonita. No entanto será que este é o momento de arrancar com tamanhas obras? Vivemos uma crise sem precedentes, atravessamos todos momentos muito difíceis e porventura poderá ainda piorar.

Montemor durante anos viu nascer obras que não eram prioritárias (piscinas cobertas, etc) e não se investiu na reabilitação do Rossio ou na ETAR.

Acho que ninguém se opõe às obras da reabilitação do Rossio, mas no que toca ao Quebra-Costas e à Rua Condessa de Valença o caso muda de figura. Destruir de tamanha maneira património histórico edificado pelos nossos antepassados é vergonhoso, quem nunca subiu o Quebra-Costas? Concordo que seja preservado, mas como está actualmente, é um tamanho crime o que está projectado realizar, o mesmo se passa em relação à Rua Condessa de Valença, que deveria manter os moldes actuais, é assim que se conserva o passado e a ‘mística’ que todos nós gostamos.

Lendo a Folha de Montemor do presente mês, em especial as declarações do nosso presidente de Câmara, vê-se que existe um sentimento de orgulho e de provas dadas. No entanto não posso deixar de reparar na demagogia existente, valoriza-se das obras do quartel dos Bombeiros… Quem não se lembra do cartaz que existia perto do antigo matadouro em que dizia que o governo não dava dinheiro para as obras do quartel? Que foi prontamente retirado um pouco antes do arranque das obras… Tudo serve para ser do contra. Nas mesmas declarações, o nosso presidente refere que é com estas obras que se consegue rejuvenescer a população e contrariar a desertificação… Quem disse a estes senhores que é com obras que se consegue fixação de população? Nada é sério nesta politica, não é com obras que se consegue captar população, é com qualidade de vida, emprego e desenvolvimento, coisa que, diga-se de passagem Montemor não tem, é a política do endividamento para caça ao voto. Não esquecer que muitas destas obras ficam prontas em altura de Autárquicas. Bem sabemos que a grande pasta do senhor presidente da Câmara é o castelo e que isso lhe poderá custar votos.

Diz-nos também o presidente da Câmara que a nossa autarquia tem uma sólida situação financeira, no entanto refere que está a ser tratado um empréstimo com o BCE ‘just in case’, como ficamos? Estamos ou não estamos bem de finanças? Com tantas obras (muitas delas fúteis) duvido muito.

Não é com chaves em rotundas.

Cláudio

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